Entrevista para Valor Magazine: edição 39 Novembro 2023

A Corticeira Viking já tem mais de 25 anos de atividade no mercado e dedica-se à produção e comercialização de produtos em cortiça, para as mais variadas áreas. Renato Espírito Santo, sócio-gerente da empresa, explica que a cortiça é um produtos natural, sustentável e, por isso, muito procurado atualmente para várias soluções, seja a nível industrial, seja para clientes particulares. Fique a conhecer um pouco mais deste produto cujo mercado Portugal lidera.

Quando surgiu a oportunidade de produzirem os vossos próprios produtos e entregar produto final ao cliente?

Decidimos integrar o processo produtivo na Corticeira Viking – inicialmente dedicada exclusivamente à compra e venda de produtos de cortiça – de forma gradual e com maior incidência na última década. Com o crescimento do negócio, aliado à afirmação mundial da cortiça como material sustentável, natural e renovável, surgiu a aposta em maquinaria e infraestruturas, assim como na contratação e formação de recursos humanos. Neste novo cenário, foi possível passar a obter maior rentabilidade, dar uma resposta mais eficiente aos nossos clientes e depender cada vez menos de subcontratados. Por outro lado, produzir internamente veio facilitar a conceção de produtos próprios e a customização de artigos, que é um dos nossos pontos fortes.

Que tipo de produtos de cortiça produzem? Produtos para casa e lifestyle, ou também enveredaram pela área industrial?

Gostamos de afirmar que não há limites para a gama de produtos de cortiça que podemos oferecer, que inclui produtos para mesa, escritório, desporto, lifestyle, gifts, e outras utilidades. Somos capazes de produzir um bloco de yoga, um frapé, um brinquedo ou até um guarda-chuva de cortiça. Comercializamos também produtos da área industrial, nomeadamente para isolamento ou revestimento de casas.

Por que processos passa a cortiça no sentido de se tornar o produto final que depois é comprado pelos mais variados setores de atividade?

O ciclo de vida da cortiça começa com a extração da casca do sobreiro, atividade que se realiza entre maio e agosto. Depois de extraída, a cortiça passa por várias etapas que variam de acordo com o produto final a que se destina. A título de exemplo, o processo de produção de uma rolha de cortiça é muito diferente do método de fabricação de um tapete de yoga.

Having in its favor the fact that it is sustainable, what care is needed to have, through the cork transformation processes to, not distort this characteristic, due to chemicals, which that can be added to the product during its transformation?

Existem várias normas legais que regulam o setor corticeiro e que visam garantir isso mesmo, isto é, que os processos de transformação da cortiça não desvirtuam as características únicas e os benefícios desta matériaprima tão nobre. O Systecode através do Código Internacional de Práticas Rolheiras (CIPR) e o HACCP (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controlo) no âmbito da segurança alimentar desempenham um papel fundamental nesta matéria.

Que análise faz a este setor e à forma como ele pode impor-se, mundialmente, para tornar Portugal um país ainda mais líder nesta área? A inovação é crucial para que se continue na vanguarda?

Vemos a aposta na inovação como um fator crucial para potenciar a cortiça enquanto matéria-prima versátil e capaz de inúmeras aplicações, como também para garantir a sobrevivência das empresas rolheiras. A constante ameaça dos TCA’s, dos vedantes sintéticos e da falta de matéria-prima de qualidade exige a criação de novos modelos de rolhas que satisfaçam as necessidades do mercado.

Leia a entrevista da Valor Magazine aqui: Cortiça: Um material sustentável, natural e uma solução de futuro – Valor Magazine